A Reforma Protestante do Século XVI foi um “divisor de águas” na história, não apenas da igreja, mas também, na história da humanidade. A história da humanidade conhece este período como Renascença.
O movimento da Reforma mexeu em pelo menos cinco áreas:
- Economia: até o momento a igreja detinha a economia, com a Reforma a igreja foi perdendo esta área),
- Política: na Idade Média a Igreja detinha o poder do Estado e dominava os reis e os senhores feudais, com a Reforma a igreja foi obrigada a dividir-se do Estado, os reis se desvincularam do poder papal);
- Cultura: neste período tudo tinha que convergir para o sagrado, após a Reforma pessoas como Leonardo da Vinci criaram suas artes a ponto de influenciarem o que conhecemos como Arte Moderna);
- Ciência: Naquele período, quem discordasse da igreja neste assunto era acusado de bruxaria, muitos foram mortos na fogueira ou presos, como Galileu Galilei, apenas por afirmar que Terra era redonda;
- Religião: Com as vendas de indulgências para perdão de pecados, prostituição do clero, aversão as verdades da Escritura, proibição da Bíblia aos leigos, etc.)
Um dos lemas mais declarados da Reforma Protestante é “Igreja Reformada sempre se reformando”. Eu acredito que durante esta Era precisamos tanto que esta frase seja colocada em prática.
Na economia vemos uma diferença social gritante aonde os ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres e aumenta a opressão na qual estamos ficando indiferentes às necessidades humanas. Na política, temos visto à bancada chamada “evangélica” na qual está corrompida em escândalos e fraudes. Na cultura, as artes conduzem a valorizar a pedofilia, a homofobia, ao desprezo pela Palavra de Deus. Na ciência, onde tenta-se não mais ajudar ao homem no seu contexto. Contudo, procura com veemência, provar que Deus não existe, seja pelas ciências exatas ou humanas. E no campo da religião é que precisamos com urgência de uma nova Reforma. Falsos evangelhos, falsos crentes, falsos líderes, etc.
Dentre as cinco áreas pretendo me deter na quinta. Porque precisamos tanto de uma Nova Reforma na Igreja?
- Em primeiro lugar, por que as pessoas que se dizem “evangélicas” estão escondendo a Palavra de Deus nos seus púlpitos. (II Rs 22.1-19).
Nos tempos do rei Josias a Palavra estava no templo, mas ela foi esquecida pela sua liderança, ninguém se preocupava mais em pregar a sã doutrina. Há períodos na vida da Igreja que a verdade de Deus fica escondida, ocasionando aridez, sequidão e distância de Deus. Nas palavras de Heber Campos “A ausência da Palavra de Deus causa distância de Deus”.
- Em segundo lugar, porque as pessoas que se dizem cristãos não demonstram pelas evidências uma vida transformada (Cl 3.1-10).
São pessoas nunca mudaram, outras, se mudaram, foi para pior, nunca se viu tantos escândalos, tantos divórcios, tantas concessões com o pecado. A igreja está se tornando uma instituição desacreditada pois seus membros não são mais luzeiros, estão se apagando; não mais salgam, estão perdendo a salinidade. Não demonstram evidências de uma verdadeira conversão. Ao invés de fazer “morrer a natureza terrena” a alimenta; ao invés de pensar “nas coisas do alto” pensam mais na concupiscência da carne, na concupiscência dos olhos e na soberba da vida.
- Em terceiro lugar, porque as pessoas que se dizem “evangélicas” estão perdendo o prazer da evangelização (Rm 10.14).
No período da Reforma, o que mais a Igreja fez foi despertar para a obra missionária, tinha o propósito de ir até os Confins da Terra. Pessoas que se dizem “evangélicas” não pregam mais o evangelho, tem vergonha, tem medo de ser perseguido, medo de serem criticadas, preferem ficar no anonimato da multidão esperando que um louco apareça no sinal de trânsito para concordar com o mundo que não precisa fazer aquilo. Nas palavras de Hernandes Dias Lopes “Os líderes cristãos tem transformado o evangelho num produto de consumo, a igreja numa empresa, seus membros como consumidores, mercadejando, assim, o evangelho da graça”.
Precisamos retornar às Escrituras Sagradas, precisamos que a doutrina ensinada torne-se algo prático na vida da igreja. Precisamos ensinar sobre a santificação, sobre a importância da disciplina eclesiástica, sobre o discipulado. Precisamos que a igreja retorne a sua função evangelística e missionária, que sua influência seja reconhecida até pelos incrédulos, que a igreja seja Sal da Terra e Luz do Mundo.
Que a igreja brilhe as boas obras do Evangelho de Cristo Jesus.
Pr. Ricardo Barreto
IEC da Federação (Salvador/BA)