A Reforma Protestante foi um movimento de caráter religioso que marcou a passagem do mundo medieval para o moderno. Entre um dos fatores de grande relevância que assinalaram esse período de transformações podemos destacar o novo contexto econômico do período. No ambiente das cidades, os comerciantes burgueses eram malvistos pela Igreja. Segundo os clérigos, a prática da usura (empréstimo de dinheiro a juro) feria o sagrado controle que Deus tinha sobre o tempo.
Além dos comerciantes, a própria crise econômica feudal também instigou a população a questionar os dogmas impostos pela Igreja. Os clérigos estavam muito mais próximos das questões materiais envolvendo o poder político e a posse de terras, do que preocupados com as mazelas sofridas pela população camponesa. Um dos mais claros reflexos dessa situação pôde ser notado com o relaxamento dos costumes que incitava padres, bispos e cardeais a não cumprirem seus votos religiosos.
O movimento da reforma protestante e suas várias frente libertárias que o sucederam também atingiu a política econômica de sua época. A intenção era a implantação de um sistema social e econômico mais justo. Entre estes, podemos citar a Guerra dos Camponeses que estourou na Alemanha no ano de 1525. Este movimento pretendia abolir as obrigações dos servos e a propriedade privada, criando um sistema agrário igualitário. Foi severamente reprimido pelos príncipes alemães.
Mesmo sofrendo diferentes ofensivas ao longo do tempo, a Igreja ainda conservou um conjunto de práticas que complicavam a estabilidade do poder clerical. A venda de indulgências, a negociação de cargos eclesiásticos e a vida amoral ainda foram questões que incentivaram o aparecimento das novas religiões protestantes.
Por um outro lado, Max Weber produz uma tese onde o desenvolvimento econômico dos países ocidentais está aliado à ética do protestantismo. Ele afirma que os países que adotaram o protestantismo, foram os que mais rápido se desenvolveram na lógica capitalista de produção, e que os levaram a serem potências econômicas na atualidade. Ele continua dizendo que já os países que permaneceram católicos não se desenvolveram tanto, localizando-se na periferia do sistema capitalista contemporâneo.
A verdade é que diante do atual e inevitável sistema econômico capitalista que nos envolve, precisamos aplicar os valores éticos e espirituais necessários para que possamos dar um bom exemplo para os que não professam a nossa fé. A Igreja do Senhor precisa combater essas atuais práticas que se assemelham com os abusos econômicos que o catolicismo praticou ao longo de sua história. Existem “impérios evangélico-eclesiásticos” praticamente cobrando novas indulgências e seduzindo os incautos para manterem o seu poderio econômico. Existem também crentes que, individualmente, sonegam impostos, burlam o sistema econômico e muitas vezes enganam pessoas para poderem lucrar cada vez mais e se manterem abastados.
Que o Senhor nos dê temperança e afaste de nós todo espírito de ganância.
Pr. Anderson Lima
1ª IEC de Feira de Santana/BA
FONTES
http://ideiasdodom.blogspot.com.br/2013/03/sobre-os-principais-impactos-da-reforma.html
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/reforma-protestante.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_dos_Camponeses